Copa do Brasil

Rondinelli recorda o dia em que ficou surdo pelo Fla contra o Atlético-MG e escolhe sua dupla de zaga preferida

Antônio José Rondinelli Tobias, conhecido como ‘Rondinelli Deus da Raça’ entre os torcedores do Flamengo, foi zagueiro do clube de 1971 a 1981 e guarda recordações marcantes da final contra o Atlético-MG, oponente do Mengão neste domingo (03) na Copa do Brasil. O ídolo esteve em campo no primeiro jogo da decisão do Campeonato Brasileiro de 1980, mas na segunda partida, teve que assistir ao confronto da cama do hospital.

No dia 28 de maio de 1980, o Atlético-MG saiu vitorioso por 1 a 0, diante de mais de 90 mil torcedores no Mineirão. Contudo, Rondinelli não conseguiu finalizar a partida. Uma cotovelada, desconsiderada pela arbitragem, o afastou não apenas da final, mas também do futebol por dois meses.

Nessa decisão do Campeonato Brasileiro de 80, eu sofri uma agressão do nosso saudoso Palhinha, numa jogada de escanteio batida pelo Pedrinho Gaúcho, onde essa bola, antes de chegar na disputa, recebi uma cotovelada deslealmente e me causou uma lesão muito séria. Quebrei o osso do buco maxilofacial, mas, nas graças de Deus, eu fui recuperado pelo cirurgião Ítalo Lessa, fez com que os movimentos voltassem dentro de normalidade de abrir e fechar a boca — comentou Rondinelli.

Na partida de volta, enquanto Rondinelli ainda se recuperava no hospital, o Flamengo se vingou. Com o Maracanã lotado, com 154 mil torcedores, o Rubro-Negro triunfou por 3 a 2. Como tinha a vantagem do empate no agregado, conquistou o primeiro título do Campeonato Brasileiro em sua história. Entretanto, a rivalidade entre Atlético-MG e Flamengo apenas começava.

Rondinelli participou da campanha que levou o Flamengo ao título da Libertadores de 1981. No entanto, o zagueiro não permaneceu até o fim da competição e não esteve presente nos confrontos contra o Atlético-MG, que até hoje reclama da atuação do árbitro José Roberto Wright. O ‘Deus da Raça’ transferiu-se para o Corinthians. Após uma série de agressões, jogadores do time adversário foram expulsos ainda no primeiro tempo, e a partida teve que ser encerrada por WO.

É um jogo de clássico, de grandes torcidas, mas eles carregam dentro deles a perda do primeiro Campeonato Brasileiro de 80, aquela polêmica que teve no Serra Dourada (em 81), mas são coisas que sempre partiram deles, não é? Porque o Flamengo conquistou esses títulos dentro da normalidade e eles acham que o árbitro, no caso o Wright, prejudicou o Atlético, mas eles esquecem de ver a caça que foi nos jogadores do Flamengo, principalmente no Zico, nesses jogos, entende? — analisou Rondinelli.

Eles carregam isso como uma bronca de achar que são prejudicados pela arbitragem. Mas o que importa é que o Flamengo sabe como sair dessas situações, vamos mais uma vez para cima e vamos conquistar agora a Copa do Brasil em cima deles — acrescentou o ‘Deus da Raça’.

“Gosto dos zagueiros que protejam as subidas dos laterais e tenham bons posicionamentos para interceptar as jogadas de atacantes. Hoje, quando joga na zaga, tem todo meu respeito a dupla Léo Ortiz e Léo Pereira. Depois dos dois, gosto do Fabrício Bruno”.

“O Flamengo se encontra muito bem dirigido pelo Filipe Luís e a sua comissão. Eu acredito que o Flamengo vai, nessas grandes finais que ele participa, se entregar. Que esses jogadores que estejam sob a direção do Filipe Luís possam representar essa nação rubro-negra, que são eternamente os décimos segundos jogadores. E dar esse presente de final de ano, já que o Brasileiro eu acho que está muito complicado. Mas nesse confronto, novamente, o nosso querido Flamengo e a nação rubro-negra vão sair, mais uma vez, felizes, comemorando mais um campeonato”.

“Tenho grandes recordações dessa geração Zico e isso que me deixa muito feliz. Sempre reconhecido por todos aqueles dos quais a gente começou a nossa vida de atleta amador e profissional. Junto com essa geração Zico, a gente conquistou bicampeonato de juvenil, grandes títulos na vida profissional e é um dos grandes orgulhos que a gente tem de ter convivido com a geração Zico, com a grande diretoria de Márcio Braga”.

Publicado em colunadofla.com

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Redação Flamengo RJ

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