Sobre demora nas indenizações da tragédia do Ninho, Júnior atesta: "Isso não é a cara do …

Dias depois em que a tragédia completou um ano, Júnior, campeão da Libertadores e tetracampeão brasileiro com a camisa do Flamengo, falou pela primeira vez sobre o acidente que matou 10 jogadores das categorias de base do clube no Ninho do Urubu. O ex-jogador, presente na bancada do Redação SporTV nesta segunda-feira, se mostrou indignado quanto à demora no pagamento das indenizações às famílias das vítimas.

– Quando você vê as grandes contratações que foram feitas, o Flamengo está lidando com o problema de uma forma que parece uma grande negociação. E não é uma grande negociação, não existe valor. O processo natural é o quê? Os filhos enterrarem os pais. Os pais enterrarem os filhos é uma coisa que você não pode desejar nem para o seu pior inimigo. Muitos desses garotos eram também uma forma que as famílias tinham para poder ter uma vida melhor, de dar uma condição melhor para todo mundo – lembrou ele.

Em seguida, Júnior recordou a morte de Geraldo em 1976 – ele sofreu morreu após complicações em uma cirurgia de amígdala – e atestou que esse tipo de tratamento "não é a cara do Flamengo.

Eu nunca tinha falado sobre isso, é a primeira vez. Eu acho isso uma coisa tão grave, eu que vivi minha vida toda ali dentro. Eu participei de um acidente também que foi a perda do Geraldo em 1976. O cara que seria jogador de seleção brasileira. Houve um acidente, ele morreu de choque anafilático em uma operação de amígdala. Mas o clube naquele momento conseguiu resolver junto à família do Geraldo para que ficassem assistidos. Não na parte econômica, mas na parte sentimental, humana. E eu acho um absurdo que até hoje isso (a indenização às famílias das vítimas da tragédia do Ninho) não tenha sido resolvido). É muita falta de sensibilidade – acredita ele.

"E vou falar uma coisa: isso não é a cara dos grandes dirigentes do Flamengo. Os grandes dirigentes do Flamengo sempre tiveram um lado humano muito grande. Eu vi e presenciei durante toda minha carreira, que foi de 1973 a 1993", completou.

Assista ao debate completo (o depoimento de Júnior começa em 8m16s):

Fonte: https://globoesporte.globo.com/sportv/programas/redacao-sportv/noticia/sobre-demora-nas-indenizacoes-da-tragedia-do-ninho-junior-atesta-isso-nao-e-a-cara-do-flamengo.ghtml

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