Com o total de 23 jogadores utilizados, Paulo Sousa testou variações no Flamengo em três partidas até aqui no Estadual. Houve duas vitórias e uma derrota, o saldo de avaliações é positivo, mas nem todos os experimentos deram certo e requerem mais prática ou melhor execução das ideias.
O Flamengo ainda enfrenta Nova Iguaçu e Madureira antes da final da Supercopa contra o Atlético-MG, no dia 20.
Defesa vulnerável
Está claro que o treinador vai priorizar um esquema com três zagueiros. Nele, a linha defensiva teve atletas variados quando foi utilizada. E se mostrou mais segura quando não houve improvisos e esteve melhor protegida pelos volantes.
Diante do Boavista, jogaram Gustavo Henrique na direita, Noga centralizado e Cleiton na esquerda. David Luiz entrou no segundo tempo como zagueiro central, e Noga foi deslocado para o lado direito. O Flamengo venceu por 3 a 0 e não levou sustos. Os jovens foram bem, assim como Gustavo Henrique. Especialmente na saída de bola. David jogou muito pouco.
No Fla-Flu, Gustavo Henrique, Leo Pereira e Filipe Luis fizeram essa saída de três. O gol adversário saiu em bola parada. A execução dos movimentos com a bola não teve grandes contratempos. Mesmo com o Fluminense tendo uma capacidade maior de pressionar a defesa rubro-negra, a trinca se manteve segura até o gol no fim.
Já na partida dianta do Audax, Isla, Léo Pereira e Filipe Luís formaram a linha de zagueiros. Contra uma equipe que se postou atrás, com uma linha de cinco e uma de quatro, Isla e Filipe deveriam atacar mais os espaços e acertar na condução da bola e nos passes. Nesse quesito, foram bem. Mas quando o Audax adiantou seu ataque, sofreram e estiveram vulneráveis.
Léo Pereira, como zagueiro central, teve boa atuação até que Arão entrou no segundo tempo e lhe recuou uma bola na pequena área com força, na perna direita, que não era a boa, e o jogador se enrolou para fazer o corte. Com isso, o Audax diminuiu no 2 a 1 que terminou pior do que começou para o Flamengo.
Os experimentos nos dois jogos mostram que Paulo Sousa precisará aguardar os zagueiros Fabrício Bruno, recém-contratado, e Rodrigo Caio, em recuperação, para consolidar tal esquema. Que não estará totalmente pronto para a final da Supercopa diante do Atlético-Mg, uma vez que Caio não estará disponível ainda.
Isla e Matheuzinho mal; Lázaro é boa surpresa
Além dos zagueiros, os laterais e alas também geram apreensão. No primeiro jogo no esmquema 3-4-3, ou 3-4-2-1, Matheuzinho foi ala na direita e Renê na esquerda. No segundo jogo, Lázaro foi a novidade no lugar de Renê. E grata surpresa. Só que jogou contra um adversário que pouco atacou. Com a bola, o Flamengo explorou bem o jovem atacante enfrentando a defesa adversária de frente.
Quando o Audax adiantou as linhas e jogou nas costas dos alas, houve problemas. Tanto que no fim do jogo Paulo Sousa trocou Lázaro de lado e colocou Éverton Ribeiro por ali. Matheuzinho, que fez um jogo ruim, saiu. Isla, outro que sofreu na função defensiva, ainda não foi testado como ala titular, com liberdade para atacar.
Rodinei foi o escolhido para atuar como ala na direita contra o Fluminense, e Éverton Ribeiro começou do lado oposto. Ambos já haviam sido testados assim diante do Boavista. Nas ações ofensivas, Rodinei dá profundidade ao Flamengo, mas lhe falta técnica. Já Ribeiro entrega exatamente o oposto. E não teve a mesma disposição para acompanhar os ataques do rival. Saiu para a entrada de Vitinho, destaque na primeira partida, mas que acabou expulso no clássico.
Andreas e Thiago Maia largam na frente
A vulnerabilidade de alas e linha de zaga e sua capacidade de construção depende, no esquema de Paulo Sousa, dos volantes construtores do Flamengo. A dupla à frente da defesa mudou a cada um dos três jogos de testes. João Gomes e Thiago Maia iniciaram, depois Arão e Andreas e por último, Andreas e Thiago Maia. A primeira dupla gerou mais proteção e menos criação até a área adversária. A segunda formação teve Arão mais defensivo e Andreas mais criativo. A última, por sua vez, mostrou um Andreas um pouco esgotado e errando muitos passes. E Thiago Maia, embora bem posicionado, sem capacidade criativa. Ambos tiveram dificuldades em oferecer proteção quando necessário. Mas foram pontos de partida das jogadas ofensivas que geraram muitas finalizações. E largam na frente no esquema idealizado.
Arrasca e Ribeiro apagados
Os volantes construtores vão precisar, também, dividir as ações com os meias. Especialmente De Arrascaeta. O uruguaio está acostumado a jogar no Flamengo de frente, atrás de Gabigol. Agora, tem atuado um pouco mais de costas, para a chegada de volantes e alas. E aparenta dificuldade nesse quesito. Talvez por isso, tenha vindo buscar jogo mais atrás. E acaba também vulnerável ao combate adversário e perde mais bolas, pois precisa carregá-la mais. Sem Arrascaeta, Marinho foi usado na função em alguns momentos, mais pelo lado direito do ataque. E conseguiu entregar mais velocidade e explosão. Só que teve dificuldade de entender em dado momento que precisava atuar mais por dentro, como meia. Diego também fez as vezes na função e, por ter essa característica, tem sido acionado por Paulo Sousa.
Gabigol dita ritmo
Por último, mas não menos importante, os atacantes. Pedro e Gabigol atuaram juntos pela primeira vez como titulares diante do Audax. Com lindo gol e boa movimentação, Gabi teve mais destaque, mas Pedro também recebeu boas oportunidades de fazer o gol e não conseguiu. Sem Bruno Henrique, que ainda não estreou na temporada por conta de problemas físicos, a dupla teve ganhar mais sequência. Nos experimentos até agora, Paulo Sousa escalou Pedro contra Boavista ao lado de Marinho e Vitinho. E só no segundo tempo colocou Gabigol, que vinha da seleção. Com a dupla em campo, Pedro marcou um dos gols. Mas no Fla-Flu, começou no banco e nem foi utilizado após expulsão de Vitinho.