Bom no cavaquinho, amigo, homem de família e fé: o outro lado de José Neto

Basta caminhar poucos metros na tradicional feira de domingo, na pacata Itapetininga-SP, vestindo o uniforme do Flamengo, para alguém se aproximar e perguntar: “conhece o Neto?”. Cidadão ilustre, o treinador da equipe de basquete do Mais Querido construiu um legado de dedicação, fé e raça que inspira os pouco mais de 180 mil habitantes da cidade que nasceu, 177km distante da capital, São Paulo.

Uma pequena roda se forma. No interior, todos se conhecem e dividem causos. Marcelo, um rapaz de 34 anos que acompanha a esposa grávida, revela um arrependimento.

“Estávamos jogando futebol e o Neto passou de bicicleta. Um amigo chutou a bola e acertou a roda, ele caiu e abriu o queixo. A cicatriz dele é por conta disso”, conta.

Explorando a cidade chegamos à casa da sogra de José Neto. Dona Tereza está acompanhada de Thais, cunhada do treinador. Visivelmente emocionada, a “filha de criação” demonstra em poucas palavras o amor e gratidão.

“Perdi meu pai com 1 ano e 8 meses. O Neto já namorava minha irmã e foi um pai para mim. Em todos os eventos, reuniões da escola, ele me acompanhava, sempre me senti amparada”, conta.

A sogra também não mede elogios ao falar do genro ilustre.

“Ele é um filho para mim. Um orgulho. A gente sofre junto nos jogos, torce, mas conhecemos a força dele e a dedicação. Merece todo o sucesso.”

Vídeo: Neto, orgulho da Nação, da família e dos amigos.

Neto começou no basquete em Itapetininga. Foi jogador, treinou equipes da universidade local, mas a principal influência veio do Professor Coca, treinador e mentor do técnico. Já falecido, a personalidade de Coca foi esmiuçada através de outros amigos. Caso do Professor Nereu, que treinava a equipe feminina da cidade.

“O Coca trabalhava muito a parte defensiva e é possível notar a influência nas equipes do Neto, sempre muito bem armadas na marcação”, analisa.

Já Rodrigo Moraes, supervisor da secretaria de esportes da cidade, revela o lado humano do mentor de José Neto.

“O Coca nos educou através do esporte. Ele fazia questão que não faltássemos, quando era preciso ele nos dava carona, tratava o pessoal como filho mesmo. Nos passou valores importantíssimos como respeito, garra e dedicação. Ele faz muita falta para todos nós”, sentencia.

Por último, o lado irmão e compadre de José Neto. Alzimara, a irmã, acompanhada dos filhos, ressalta o foco dele na luta pelo futuro vencedor e uma curiosidade que poucos imaginariam.

“O primeiro contato do Neto com o basquete foi aos 4 anos, quando ele pediu uma bola e um cavaquinho de presente. Aliás, ele toca de tudo (samba, músicas da igreja etc). Cresceu assim, focado. Ele sempre quis entrar na USP (Universidade de São Paulo) e fazer Educação Física. Nosso pai sempre nos ensinou a buscar o melhor, fazer sempre bem feito. O Neto conseguiu, trabalhou em academia, até que conseguiu chegar ao basquete. Ele é muito focado, merece tudo que conquistou”, reflete, orgulhosa.

Já Ailton Junior, amigo e compadre do treinador, faz questão de enaltecer a ligação com Deus. Coroinha na adolescência, o técnico do Flamengo sempre respeitou os valores aprendidos na infância. Junior economiza palavras, mas define com precisão.

“Um homem de fé!”

O treinador do Orgulho da Nação recebeu as mensagens e assistiu emocionado. Ao final da “viagem nostálgica” mostrou que tudo que se fala sobre ele não é por acaso.

“Olha, estou preparado para vencer 50 finais por um ponto, mas não para isso (risos). São pessoas e histórias marcantes e que me orgulham demais”, finaliza.

José Neto e seus comandados voltam a quarta nesta quinta-feira (26), 17h, para enfrentar o Bauru pelo jogo 2 do NBB CAIXA. O Flamengo venceu a equipe paulista na primeira partida e leva vantagem na série. A RedeTV e o Sportv transmitem o confronto.

Fonte: http://www.flamengo.com.br/site/noticia/detalhe/23440/bom-no-cavaquinho-amigo-homem-de-familia-e-fe-o-outro-lado-de-jose-neto

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