O clima não chegava a ser de tensão, mas era possível ver um
pouco de receio nos primeiros torcedores que chegaram ao Nilton Santos neste
domingo. A memória da morte do botafoguense Diego Silva dos Santos no início de
fevereiro após confusão nos arredores do estádio ainda assustava. Mas isso logo
acabou e deu lugar ao clima de paz.
Antes de a bola rolar para a decisão da Taça Guanabara nesta
tarde, quem “jogou” muito bem foram os torcedores de Fluminense e Flamengo,
adversários dentro de campo. Chegaram juntos ao estádio, tiraram fotos, beberam
a tradicional cerveja, comeram o providencial espetinho e não houve uma sequer
confusão entre os rivais.
Até uma hora antes do jogo, quando não tinha tanto torcedor
nos arredores ainda, a polícia permitia que tricolores e flamenguistas
chegassem pela mesma rua. Com o aumento do movimento, houve uma divisão perto
do setor norte para que o risco de confusão fosse ainda menor.
A provocação, é claro, não ficou de lado. Quando alguns
torcedores do Flamengo passavam pelo setor destinado à torcida do Fluminense,
eram xingados e levavam na esportiva. Uma senhora flamenguista, Paula Almeida
Alves, de 67 anos, chegou a ficar perdida, à procura de seu acesso ao estádio,
e foi orientada por tricolores.
A única confusão registrada pela Polícia Militar nos
arredores do estádio foi protagonizada por membros de uma torcida organizada do
Fluminense. Segundo relatos da PM, porém, foi apenas uma discussão rapidamente
contida: um torcedor foi encaminhado ao Jecrim. O clima era mesmo muito tranquilo em todos os lados do Nilton Santos.
Dentro do estádio, a festa foi grande, também. Com
as
arquibancadas dominadas de vermelho e preto e grená, verde e branco,
torcedores
se provocaram e cantaram os 90 minutos. Em uma tarde repleta de emoção, o
lado de onde vinham as músicas no Nilton Santos mudava constantemente,
mas a empolgação não diminuía.
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