Maílton, Allan, Borrero, Savarino, Mariano, Alan Franco, Keno, Marrony, Junior Alonso e Léo Sena contratados, Guilherme Arana, Hyoran e Bueno por empréstimo e Diego Tardelli e Rafael livres. Todos reforços do Atlético-MG, que mostra força no mercado e dá o tom do projeto ousado do presidente Sergio Sette Câmara: ter uma equipe que possa superar o Flamengo na busca pelo título brasileiro.

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Coincidentemente, os clubes se enfrentam logo na primeira rodada do Brasileirão, neste domingo, no Maracanã, e colocam as suas expectativas a prova em um duelo particular. É o dono do maior poderio financeiro do futebol brasileiro contra o que mais investiu para a temporada — segundo o ‘ge’, o Atlético-MG já gastou mais de R$ 130 milhões em reforços. Hoje, tem a 5ª maior folha salarial da Série A. (atrás de Corinthians, Flamengo, Palmeiras e Internacional).

Maiores contratações do Atlético-MG

  • Marrony, atacante contratado do Vasco por R$ 20 milhões
  • Junior Alonso, meia contratado do Lille por R$ 17,9 milhões
  • Nathan, meia contratado do Chelsea por R$ 17,9 milhões
  • Allan, volante contratado do Liverpool por R$ 16,3 milhões
  • Alan Franco, meia contratado do Del Valle por R$ 12,8 milhões
  • Keno, atacante contratado do Pyramids por R$ 12 milhões
Arena MRV, do Atlético-MG Foto: BRUNO CANTINI/Atlético-MG

Nem todos esses R$ 130 milhões sairam dos cofres do Atlético-MG. O clube está tendo o aporte financeiro de Rubens Menin, empresário e ligado a MRV, patrocinadora dos mineiros. Este também é o último ano de Sergio Sette Câmara a frente da presidência e dar uma boa impressão antes da eleição marcado para o final deste ano explica um pouco desse desejo por títulos.

— O Sampaoli, na última reunião que teve com o Peres [presidente do Santos], no ano passado, pediu R$ 100 milhões para contratações e não teve. Depois, pediu demissão. No Atlético-MG, ele encontrou alguém para investir . O Menin investe como pessoa física, principalmente em jogadores com potencial de revenda — conta Isabelly Morais, setorista do Atlético-MG no Jornal ‘O Tempo’.

Para desbancar o Flamengo, o Atlético-MG também fez investimentos fora de campo. A principal deles está à beira do gramado: Jorge Sampoli, que chegou a viver um pequeno romance com o Flamengo antes de acertas com os mineiros. Não é possível cravar que o argentino estava esperando a permanência ou não de Jorge Jesus para decidir o seu futuro, mas pessoas ligadas ao treinador garantem que havia o desejo de comandar o rubro-negro.

Desta vez, Sampaoli terá a estrutura que não teve no Santos, onde foi vice-campeão brasileiro no ano passado. Não terá do que reclamar sobre elenco, investimento ou calendário — com o venezuelano Rafael Dudamel, ainda este ano, o Atlético-MG foi eliminado da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana. Por isso a confiança da diretoria atleticana é tão alta em seu trabalho.

— O Sampaoli assinou com o Atlético-MG colocando como condição que o clube tivesse que investir o alto, e o clube contratou [durante a pandemia] sete jogadores. O Dudamel tinha um jogo muito mais direto, não era esse jogo posicional e de valorização da bola do Sampaoli. Ele tem uma obsessão de vencer o Flamengo — comenta Thiago Madureira, repórter do Superesportes.

Outro reforço fora de campo é o do diretor de futebol Alexandre Mattos, que coleciona quatro títulos de Campeonato Brasileiro (dois com o Cruzeiro e dois com o Palmeiras). Ele é o principal responsável por conduzir as negociações que trouxeram os reforços desejados pro Sampaoli. Nos bastidores do futebol brasileiro, é tratado como um medalhão para a função.

Resta saber se tamanho investimento resultará em título. A vaga na próxima edição da Libertadores se transformou em uma obrigação e o título, um objetivo considerado possível. O primeiro desafio será logo contra o atual campeão.