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Da glória nos anos 80/90 ao caos: o futebol carioca agoniza e beira a falência

Com o ​Palmeiras em vias de sagrar-se campeão nacional e o ​Fluminense em situação delicada na semifinal da Sul-Americana – perdeu o jogo de ida para o Atlético-PR por 2 a 0 -, os quatro grandes do Rio de Janeiro caminham para encerrar mais uma temporada sem conquistas relevantes. A última taça nacional/internacional de um carioca foi a Copa do Brasil de 2013, celebrada pelo Flamengo. Lá se vão cinco anos de seca, frustrações e sofrimento para as maiores torcidas do RJ, que não há muito detinham o posto de potências do país.

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Desde a virada do milênio (2000-hoje), os quatro grandes do Rio de Janeiro somam, juntos, somente nove títulos nacionais/internacionais de expressão: 4 Campeonatos Brasileiros, 4 Copas do Brasil e 1 Mercosul. Neste mesmo espaço de tempo, ​o Cruzeiro soma sozinho sete troféus relevantes. A partir destes números, questionamos: em que momento o futebol carioca se tornou tão fragilizado e pouco competitivo? O que foi preponderante para o nítido declínio técnico e estrutural dos clubes cariocas em questão de décadas?

Uma série de fatores em conjunto podem explicar o panorama atual de decadência. A começar pelo macro: a cidade do Rio de Janeiro vive, nos últimos anos, uma crise político-financeira de grandes proporções, cenário que obviamente atinge microestruturas sociais como o futebol. Escassez de recursos do Estado e violência urbana transformam o esporte em um lazer secundário, diminuindo o interesse popular em consumir futebol. Menos gente no estádio = menos receita e mais dívidas. Mas essa explicação ainda não é suficiente.

Os abusos financeiros de antigos gestores gerando heranças deficitárias “empurradas com a barriga” por seus sucessores; a corrupções das entidades que gerenciam o futebol carioca e a continuidade do prestígio aos “abutres” que enxergam o esporte apenas como meio de poder e enriquecimento (Eurico Miranda, por exemplo); a preocupação tardia com infra-estrutura e o baixo investimento direcionado aos aparatos fundamentais para o desenvolvimento da prática esportiva: CT de ponta e tecnologia para prevenção e recuperação de jogadores; descaso com o futebol de base, visto pelos clubes cariocas apenas como potencial mercadológico (lucro com negociações futuras ao futebol estrangeiro);

Sentindo a “água batendo no pescoço”, o Flamengo de Eduardo Bandeira de Mello (2013-2018) iniciou um processo complexo e profundo de quitação de dívidas, com o objetivo de tonar o clube saudável financeiramente. A sobrevida no caixa rubro-negro, com potencial de investimento muito maior agora, pode e deve gerar frutos futuros – essa é a expectativa do torcedor -, já que o sucesso administrativo da atual gestão (​se encerra em dezembro deste ano) não veio acompanhado das glórias esportivas fundamentais para um clube gigante.

Na contramão do clube da Gávea, seguem Botafogo, Fluminense e Vasco, imersos em atrasos salariais – o Tricolor carioca, por exemplo, deve aproximadamente R$ 9 milhões ao elenco atualmente – e constantes lutas contra o rebaixamento. Gestões éticas, profissionais e comprometidas com a lisura e transparência institucional são urgentes para o resgate destes clubes, antes que seja tarde demais. Camisa pesada não é garantia de imortalidade, e o sinal já está vermelho nas Laranjeiras, em São Januário e em General Severiano.

Fonte: https://www.90min.com/pt-BR/posts/6223803-da-gloria-nos-anos-80-90-ao-caos-o-futebol-carioca-agoniza-e-beira-a-falencia?utm_source=RSS

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Redação Flamengo RJ

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