”Flojito”, logo eu? Setor defensivo do Flamengo se resguarda e sofre pouco

Foram apenas dois dias entre a final da Taça Guanabara e a estreia na Libertadores. Até o confronto com o Fluminense, o Flamengo havia sofrido apenas dois gols em jogos oficiais em 2017 – foram três no empate com o Tricolor em apenas 45 minutos. Na goleada por 4 a 0, sobre o San Lorenzo, na noite desta quarta-feira no Maracanã, o setor defensivo sofreu pouco, apenas em duas bolas paradas perigosas, e manteve o perigo longe do gol de Alex Muralha.

Zé Ricardo fez questão de dizer que não teve nenhum papo especial com os jogadores do setor defensivo. O recado na coletiva de imprensa foi claro. Não havia grandes mudanças a serem feitas. Ele ainda afirmou que tem jogadores muito inteligentes e lembrou frase de entrevista da véspera do jogo, quando afirmou que o primeiro tempo diante do Fluminense não se repetiria.

– Havia dito que dificilmente faríamos um primeiro tempo como aquele que fizemos, marcados pela falta de organização e falta de concentração no jogo. Não falei nada com Vaz e Réver porque não vi necessidade alguma de fazer isso – lembrou o treinador.

Mas houve mudanças sutis sim e que fizeram diferença. Romulo, por exemplo, ficou mais recuado, num posicionamento semelhante ao de Márcio Araújo em 2016 – ficava mais próximo dos dois zagueiros, subindo e descendo em bloco com Rafael Vaz e Réver. Havia também um jogador a mais na sobra da cobrança de falta do Flamengo – logo no início, em cobrança direta, ao invés de Pará, como no Fla-Flu, era Réver o último homem na retaguarda – mesmo com o zagueiro sendo arma perigosa nas cabeçadas. O capitão, por sinal, fez outro bom jogo.

Outra troca acontecia em alguns momentos estratégicos do jogo. Para aproveitar a facilidade no toque de bola e no chute de Trauco, o lateral trocava com Romulo, que se fixava pela esquerda à espera da tentativa do peruano no ataque. Mais solto, Trauco arriscou bastante ao longo do primeiro tempo. E fez o golaço pegando a bola no centro do campo, na intermediária ofensiva. Apesar de todo cuidado do Fla, foi pelo setor esquerdo da defesa do time que o San Lorenzo mais tentava chegar ao ataque. Romulo e Rafael Vaz trabalharam bastante.

Jornal argentino havia chamado defesa do Fla de ”frágil”

Sair de campo sem sofrer gol fez bem para os jogadores do Flamengo. A fragilidade que o sistema defensivo mostrou contra o Fluminense chamou a atenção – embora fosse outra circunstância, contra equipe bem mais veloz. Os argentinos primavam pelo toque de bola e subiam mais com passes de pé em pé. Chamado de frágil no fim de semana – em espanhol, flojito – em análise do jornal “Olé”, a postura defensiva satisfez bastante a equipe num jogo marcado por quatro gols a favor e euforia no Maracanã.

– Todo mundo ficou chateado com o que aconteceu no domingo. Mas esse é o calendário do futebol brasileiro: você tem uma final no domingo e na quarta-feira tem um jogo da Libertadores. Nós temos que saber lidar com isso, ter a cabeça boa e até sangue de barata para não se incomodar com algum comentário ou outras coisas. Mas, acima de tudo, somos profissionais e todo mundo está de parabéns. O Zé foi um dos mais contestados no domingo, junto com algumas outras peças que acabaram atuando hoje – disse o capitão Réver.

”Jogo contra Flu serviu para enganar eles”

Alvo de críticas no fim de semana, Romulo parecia inseguro novamente até aproveitar o desvio de Berrío e marcar o primeiro gol com a camisa do Flamengo. Ao ser questionado, o jogador brincou com a manchete do “Olé” – que, após a goleada rubro-negra, inverteu o “elogio” – e a impressão deixada contra o Fluminense.

– O jogo contra o Fluminense serviu para enganar um pouco eles (argentinos). Temos consciência de que fomos muito mal e hoje mostramos o verdadeiro espírito da equipe, que vai ser o que o Flamengo vai fazer em cada jogo.

Em sua manchete digital após o jogo, o “Olé” classificou a vitória rubro-negra como um atropelo. Apontou a falta de ritmo e o cansaço do San Lorenzo no segundo tempo e chamou o início do Ciclón na competição de “floja” – frágil em português.

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Fonte: http://globoesporte.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2017/03/flojito-logo-eu-setor-defensivo-do-flamengo-se-resguarda-e-sofre-pouco.html

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