Vice-campeão da Libertadores em 2011, o técnico Diego Aguirre avisa que o San Lorenzo não vai jogar recuado contra o Flamengo, hoje, no Maracanã. Mas confessa que não queria pegar o rubro-negro na estreia do time, que até agora só fez amistosos na temporada em função de uma greve de jogadores na Argentina. Com passagens por clubes brasileiros como Atlético-MG e Internacional, ele garante que o país tem os favoritos na competição.
— Flamengo está jogando muito. Gosto da proposta, tem qualidade de jogadores, alto nível. Flamengo para mim é um dos três melhores times do Brasil. Um dos mais fortes — declarou o técnico, que nunca comandou um time no Maracanã.
Aguirre assistiu à final da Taça Guanabara, mas não vê o San Lorenzo com a mesma postura do Fluminense para explorar falhas do Fla.
— Vamos tentar fazer o que fazemos bem. E claro que na preparação vou tentar buscar um ponto fraco. Mas respeito muito o Flamengo. É um time forte, pode ter dificuldades. É uma das equipes que você imagina que podem estar na decisão — elogiou Aguirre em entrevista exclusiva.
O que mais o preocupa? Guerrero e Diego, principalmente. Mais do que isso, enfrentar o Flamengo já.
— Sei que Guerrero é um craque. Diego é um jogadoraço, Everton também. Réver é xerife, de alto nível. Eu gostaria de um jogo prévio. A exigência é grande. Não é o ideal para estrear. Primeiro jogo da temporada, o Flamengo no Maracanã?
Para isso, a receita está na foto do perfil do WhatsApp, do encontro com o Papa Francisco ano passado.
— Vou ligar para ele antes do jogo — sorri Aguirre.
Abaixo, outros trechos da entrevista
O que te preocupa mais? O time consolidado?
Sim, tem experiência, qualidade, e está consolidado, tem personalidade, jogadores experimentados. É um bom time de futebol.
O quanto atrapalha não ter feito jogo oficial?
Atrapalha, porque tivemos que mudar a preparação. Deveríamos ter cinco jogos oficiais no mínimo. E houve uma greve de jogadores, tivemos que fazer amistosos, que não é a mesma coisa. Não dá para ter ideia onde estamos.
Em termos técnicos você tem a força máxima?
Sim. Mas tem coisa que só saberei no jogo. Não tem ritmo que vai pegando jogo a jogo. E informações que só o jogo lhe dá. Não digo como desculpa, é uma realidade. Podemos ganhar, mas não tenho todas as informações do meu time que eu gostaria.
Feliz em jogar no Maracanã?
Como treinador nunca fui ao Maracanã. É espetacular. Acho que é uma festa. Para o Rio, tem que ter esse estádio, não pode estar fechado.
Torcida única também é realidade na Argentina…
Na Argentina é sempre assim, tentaram mudar agora, ano passado era assim, não gosto disso. Futebol é para todos. A violência obriga a isso. O bom que amanhã vai estar lotado, a torcida do Flamengo é espetacular. Tem tudo para ser um bom jogo. Não sei quem vai ganhar, mas que nunca mais o Maracanã feche a porta.
Vai ficar na retranca?
Tentamos jogar, atacar, não vamos ficar atrás, isso não tem chance. Não é nossa característica, também é um time grande que tem que jogar e propor. Não posso ser defensivo, temos um padrão.
Como vê a nova safra de treinadores no Brasil? Como o Zé Ricardo?
É saudável. Respeito todos. Saudável que haja novos para vir com força e trazer novas ideias. São novas gerações que tem coisas diferentes e que fazem bem para o futebol brasileiro.
O que ficou de bom do Brasil? Voltaria?
Gostei muito, experiência espetacular, em times grandes, com torcida. Trabalhei com jogadores de alto nível, estruturas excelentes, as melhores que tem, como do Atlético-MG. A estrutura do Brasil é mais forte e melhor que da Argentina. Tem mais poder econômico. Não estou pensando em voltar amanhã, porque o futebol é o dia a dia, hoje estou na Argentina, amanhã posso estar no Uruguai, no Brasil, na Europa, não sei.
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