As queimaduras por 30% do corpo ainda são cicatrizes difíceis de sair. Mas três anos depois do incêndio no CT do Flamengo, são as sequelas respiratórias que tornam o sonho de Jhonatan Ventura um ponto de interrogação.

O zagueiro voltou a jogar na base do Flamengo ano passado, mas ainda enfrenta dificuldades para atingir o potencial esperado por consequência da tragédia que matou dez jovens e feriu outros 16 em 2019.

Ventura, agora com 18 anos, passou da categoria sub-17 para o sub-20 B, que dá apoio ao sub-20 A, onde estão os atletas de ponta da base. Desde que retornou, o jovem entrou em quatro jogos e foi relacionado em12 no total.

Na nova categoria, Jhonatan terá mais concorrência. A ideia é o atleta seguir em recuperação até o fim do vínculo, no ano que vem, para avaliar se o Flamengo colocará em prática um plano alternativo, traçado no momento que o jogador e sua família fizeram um acordo de indenização.

Na ocasião, ficou previsto que o clube daria o suporte necessário, bancaria estudos e até ajudaria Jhonatan a trabalhar com o futebol se as sequelas o atrapalhassem a jogar em alto rendimento. Antes de voltar a campo em junho de 2021, na Gávea, o jogador falou que estava saudável para aos poucos tornar seu sonho uma realidade.

– Eu passei por um momento muito difícil, mas quero dizer que estou muito saudável e bem para competir. Tenho a cabeça boa e sempre tive fé em Deus, e Ele me permitiu estar aqui e seguir a vida normalmente disse Jhonatan, que segue com acompanhamento psicológico do Flamengo.

A situação do zagueiro contrasta com a do goleiro Francisco Dyogo, que não teve sequelas tão graves e hoje é titular da categoria. Outro sobrevivente ferido, o atacante Cauan Emanuel se transferiu para o Fortaleza em 2021.