Não foi o melhor Flamengo que já se viu no ano. Por outro lado, diante das oscilações recentes, muitas delas reproduzidas ao longo do jogo de ontem, o time recuperou momentos de bom futebol e indicou caminhos para resolver algumas questões pendentes. Uma delas, um Vitinho parecendo mais bem adaptado a uma forma de atacar que o favoreceu.
A recuperação da confiança é outro fator a ter em conta após o péssimo jogo de Curitiba. Num Maracanã com mais de 50 mil pessoas, os resultados recentes impunham alguma pressão. Variações de humor do público poderiam ocorrer a qualquer instante. Bem em boas passagens do primeiro tempo, mais retraído e possivelmente cansado no segundo, o time teve controle quase total do jogo em que fez 1 a 0 no Vitória e se reaproximou dos líderes.
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Entre os bons sinais está a volta das triangulações pelos lados, principalmente o esquerdo, com Diego, Vitinho e Renê alternando posições. Mas o lance do gol começou na direita, num lance em que o time de Maurício Barbieri inverteu duas vezes o lado da jogada, regra útil para abrir defesas. Éverton Ribeiro e Rodinei trabalharam pelo lado direito, concentrando a marcação do Vitória com ajuda de Paquetá. Até Éverton trazer a bola para o centro e encontrar Vitinho no lado menos povoado do campo. Dali saiu o gol de Diego. No lance, outro mérito: quatro homens atacando a área.
A participação de Vitinho no jogo ofereceu bons indícios. Em especial por criar incerteza na marcação adversária. Por vezes, tentou a jogada como ponta. Mas em muitos momentos teve Renê ou Diego abrindo o campo próximo à lateral, permitindo a Vitinho se aproximar da zona de chute. Ele acertou uma vez o travessão e obrigou o goleiro Ronaldo a defesa difícil.
Henrique Dourado ainda é uma questão.Tem mais dificuldade para trocar passes. Mas participou com a cabeçada que deu o rebote para Diego marcar. E foi o homem do último toque numa bela triangulação pela esquerda, mas não acertou o gol.
O Flamengo do segundo tempo se posicionou um pouco mais atrás a partir dos 15 minutos, talvez poupando fôlego. Barbieri trocou Dourado por Lincoln, deixando o time com dois atacantes num 4-4-2. Depois lançou Marlos para ter mais opções velozes.
Mas os contragolpes foram raros. O melhor deles acabou em gol perdido por Paquetá. O outro surgiu na individualidade de Marlos, mas as transições rápidas foram pouco aproveitadas.
Ao menos, os sustos foram raros, embora Lucas Fernandes tenha perdido boa chance no fim.
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