Com torcedores, conselheiros e grupos políticos do Flamengo em ebulição pedindo a saída do técnico Maurício Barbieri, o presidente do clube, Eduardo Bandeira de Mello, e o vice de futebol, Ricardo Lomba, passaram a segunda-feira em campanha. Apenas ao fim do dia houve o esperado encontro que esfriou, ao menos por enquanto, a decisão de demitir o treinador. Barbieri comandou as atividades normalmente no Ninho do Urubu e segue na expectativa por uma definição.
Bandeira percorreu a região serrana do Rio para divulgar a candidatura de deputado federal. E Lomba teve agenda com sócios para badalar os projetos para os esportes olímpicos se for eleito presidente do clube. Com a carga das cobranças pela troca de comando, o vice de futebol também ouviu ponderações pela permanência em função da falta de opções viáveis. ˜Tem que trabalhar pra cacete", argumentou Lomba.
Mas os votos contrários se avolumam desde sábado. E só são combatidos com o argumento de que pode ficar pior do que está, dependendo quem vier. Dizer que Barbieri tem o elenco na mão e é talentoso para seus 36 anos não adianta mais diante do mau desempenho do time. Da mesma forma, o reforço na cobrança ao elenco perde peso quando a maratona dos últimos dois meses entra em pauta.
Neste momento, o presidente Eduardo Bandeira de Mello é o único que defende a permanência entre os dirigentes amadores. “É Bandeira contra o resto do mundo”, diz uma fonte com acesso às discussões. Os vice-presidentes se avolumam no sentido contrário e os grupos políticos de apoio veem a candidatura do sucessor Lomba sob risco, o que não deixa a pressão cessar.
Futebol ainda dá sustentação
No futebol, o diretor Carlos Noval faz força pela manutenção do trabalho de Barbieri no Flamengo, mas Ricardo Lomba está disposto a trocar o comando se não houver sinais de mudanças. Ele lança sua candidatura hoje, aliás. Os demais vice-presidentes fazem coro ao grupo de sócios que apoia Lomba na próxima eleição e quer uma intervenção radical no futebol, se possível com a saída de Barbieri e o afastamento de Bandeira.
No Ninho do Urubu, elenco e profissionais, no entanto, defendem que não houve tempo para promover os ajustes. O cenário a dois meses do fim do ano faz Lomba indicar uma cobrança forte a Barbieri e ao elenco, mas manter o trabalho com a exigência por mudanças imediatas. Enquanto isso não acontece, o treinador comandou um coletivo entre reservas ontem na expectativa por um comunicado lhe dando respaldo, ou não.
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