Insônia e volta triunfal: Fischer quer fazer jus ao investimento do Flamengo

Ricardo Fischer chegou ao Flamengo em julho ano passado. Recuperando-se de uma ruptura total do ligamento cruzado do anterior do joelho direito, desembarcou no Rio de Janeiro vindo de Bauru como o principal reforço para a temporada que se iniciava. Os primeiros capítulos na Gávea, porém, foram bem diferentes do que o armador esperava. Com quase oito meses de Rubro-Negro, o jogador de 25 anos não conseguiu ter uma sequência em quadra. Repetidas lesões musculares o tiraram de ação. A última delas, em dezembro, o tirou do time desde então. Foram 54 dias de molho, sessões de fisioterapia, gelo e muita paciência até o retorno nesta última terça-feira, na vitória sobre o Mogi das Cruzes, no Ginásio do Tijuca.

Em quadra, Fischer respondeu bem ao tratamento que o deixou mais tempo que o espero fora do grupo. Jogou 20 minutos, se movimentou bem, anotou nove pontos, a grande maioria em momentos críticos do duelo, e ainda distribuiu quatro assistências. Feliz com a volta, o paulista contou com a força da família, dos amigos e do clube, que o deu respaldo em todos os momentos. Tratado pelo Rubro-Negro como o melhor armador do Brasil quando foi contratado, Fischer lembra que nas últimas 24 horas antes do encontro com o Mogi pouco conseguiu dormir.

– Vou te falar que 24 horas antes eu estava bem nervoso. Meu familiares e
amigos sabiam disso, que eu não estava conseguindo dormir direito. Mas
eu descansei e estava preparado para ajudar a equipe de qualquer maneira
que fosse. Foram 54 dias fora. Foi muito tempo fora, muitos jogos perdidos. Mas eu
tenho que agradecer ao Diego Falcão (preparador físico), o Ricardo
Machado (fisioterapeuta), que trabalharam 24 horas comigo para que eu
possa entrar na quadra e não ter mais preocupação. Antes eu estava
voltando e jogando dois, três minutos e preocupado em sair por
precaução. Nesta volta eu estava bem e eles falaram “vai embora”. Então,
tenho que agradecer também ao Neto e ao time por me dar a confiança e
passar a bola, falando que eu tenho que decidir – disse Ricardo Fischer, que também perdeu a Olimpíada do Rio com a lesão no joelho direito.

Com a confiança voltando aos poucos, o jogador espera conseguir ter uma sequência em quadra pelo Rubro-Negro e lembra que chegou a temer não fazer jus ao investimento feito pelo Flamengo para trazê-lo ao time que é tetracampeão em sequência do Novo Basquete Brasil.

– É algo pessoal meu também. Me deram muita moral, me contrataram
machucado. E eu como jogador quero corresponder isso para a torcida e
para o clube. Um clube grande como é o Flamengo. Tive muita ansiedade.
Quando soube que só voltaria em 14 de fevereiro, isso me frustrou bastante. É a minha primeira temporada no clube. Vim
como armador principal e ainda não consegui atuar, ter cinco jogos em
sequência. Mas a equipe foi essencial, o Flamengo inteiro. A instituição
me deu todo o respaldo e confiança para voltar tranquilo e jogar bem. Nos dois primeiros minutos contra o Mogi eu estava ansioso, nervoso, mas depois as coisas
fluíram e consegui fazer o meu jogo – explica Fischer.

Ciente de que está de volta em um momento decisivo – o Flamengo briga pela liderança do NBB com o Brasília -, Fischer espera que o time evolua na reta final da fase de classificação e chegue encorpado para os playoffs em busca de mais um título. O retorno foi aprovado pelo armador, que tratou a noite no Ginásio do Tijuca como “melhor do que esperava”.

– Me preparei para isso. Mas foi melhor do que eu esperava. Queria ajudar de qualquer jeito. Se tivesse cinco minutos em quadra, estava ótimo. Queria poder voltar. Nem nos melhores sonhos eu achei que seria assim. Pude ajudar o time, fizemos um ótimo jogo e saímos com a vitória. Temos muito que melhorar. Agora não quero sair mais lesionado. Estamos trabalhando muito. A equipe vai ter folga na quarta-feira e eu vou trabalhar. Quero ter uma grande sequência e de vitórias. Estamos nos adequando. Passamos da metade da temporada e
ainda não jogamos com a equipe completa. O time está encorpando,
ganhando cara. Eu e Marcelinho fizemos dois treinos só, o Hakeem está a
apenas três semanas ainda. A tendência é melhorar – diz Ricardo Fischer.

Com o armador em quadra, o Flamengo volta à quadra nesta quinta-feira, 16, às 20h, diante do Campo Mourão, no Ginásio do Tijuca. O Rubro-Negro é o vice-líder do NBB com 14 vitórias em 19 jogos, mesma campanha do Brasília, mas abaixo nos critérios de desempate.

Fonte: http://globoesporte.globo.com/basquete/nbb/noticia/2017/02/insonia-e-volta-triunfal-fischer-quer-fazer-jus-ao-investimento-do-flamengo.html

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