O jogador Felipe “brTT” Gonçalves acusa a Red Canids de ter agido de má-fé em sua negociação de transferência para o Flamengo e-Sports. O cyber-atleta, o clube carioca e a Cursor Esports, agência responsável pela divisão de esportes eletrônicos do Rubro-Negro, respondem a processo judicial iniciado pela Matilha.
A Red entrou com uma ação na Justiça Civil com uma ação de ressarcimento de danos por conta da ida de brTT para o Flamengo. A organização argumenta que, em negociação por e-mail após ser contatada pela Cursor em 30 de outubro de 2017, acertou a venda do atirador por R$ 50 mil em 13 de novembro. Contudo, a agência não assinou o documento de transferência e esperou o encerramento do vínculo do jogador com a Red, em 20 de novembro, para contratá-lo.
Sentindo-se prejudicada, a Red cobra na Justiça o pagamento dos R$ 50 mil acertados na negociação.
Na contestação do processo, brTT apontou que a diretoria da Red teve má-fé ao não avisar a Cursor que o contrato dele estava perto do fim, pois, se tivesse sido alertada, a agência não teria iniciado as negociações. “Não faria sentido a Cursor concordar em pagar valor tão alto para contratar os serviços do réu [brTT] sendo que este se tornaria um atleta livre em menos de 20 dias após o primeiro contato desta com a autora [Red]”, escreveu a defesa do cyber-atleta.
Ele sustenta que, “ao tentar negociar a transferência a menos de um mês do término do contrato”, a Red “agiu de má-fé, omitindo informação fundamental da Cursor e do Flamengo, de modo a obter um enriquecimento ilícito”.
O atirador ainda ponderou que não participou das tratativas entre a diretoria da Red e a Cursor, não tendo conhecimento de quais informações haviam sido compartilhadas, e que apenas conversou com a agência representante do Flamengo após ser autorizado.
Contratos
Também acusando a Red de má-fé, a Cursor disse na manifestação no processo que só recebeu os termos do contrato de brTT com a Red em 13 de novembro. A agência alegou que somente depois dos feriados de 15 e 20 de novembro é que conseguiu analisar os documentos da transferência. Foi nesse momento, segundo a empresa, que constatou que o contrato havia expirado no dia 20.
“Na data em que as partes supostamente assinariam o contrato de transferência, o atleta já não possuiria mais vínculo algum com a autora [Red], e esta não teria mais o direito de negociar sua transferência, uma vez que este passara a ser atleta livre”, sustentou a Cursor. Em 2 de dezembro, brTT assinou com o Flamengo. Para a vaga do astro, a Red manteve Gustavo “Sacy” Rossi.
O Flamengo repetiu os argumentos de brTT e Cursor – os três são representados pelo mesmo escritório de advocacia -, pontuando também que, apesar de a Red ter alegado que deixou de negociar com outras equipes que se interessavam pelo atirador, a Matilha não informou quais eram os times e nem comprovou a suposta perda financeira.
Réplica
Na réplica, a Red rebateu os argumentos dos três réus, apontando que brTT sabia que o vínculo com a organização estava próximo do fim, que enviou minuta do contrato de transferência no qual constava tal informação e que as datas de validade dos contratos dos cyber-atletas do Campeonato Brasileiro (CBLoL) estão em documento público divulgado pela Riot Games.
Segundo a sustentação da Red, o negócio foi concretizado enquanto brTT ainda possuía vínculo vigente e os réus “agiram em conluio para frustrar o recebimento dos valores” pela Matilha, também agindo de má-fé.
Posicionamentos
Por meio da assessoria de imprensa, o Flamengo declarou ao ESPN Esports Brasil que a negociação com brTT foi feita com “respeito total às regras aplicadas no mercado de games”.
O atirador disse que o assunto estava sendo tratado por sua defesa. O dono da Red, Felippe Corradini, falou que não iria comentar o assunto. Procurada por e-mail por mais de uma vez, a Cursor não respondeu até a publicação desta matéria.
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