Fabio Monken: “Tomamos um vareio de bola. Vem, Jesus!”

Salve, Salve, Nação Mais Linda do Mundo!

Sim, amigos, fomos totalmente dominados pelo mistão florido. Foi uma doutrinação há muito tempo não vista e, para piorar, num Maracanã muito mais rubro-negro do que alviverde grená.

Tirando uma pequena parte do primeiro tempo, quando Diego Ribas ainda estava em campo, o Fluminense dominou a partida de cabo a rabo. Não que eu seja um defensor do Diego, muito longe disso, mas analisando pontualmente o jogo, percebemos que o Flamengo perdeu o pouco equilíbrio que tinha no meio de campo com a saída do dono da camisa dez.

A constatação é clara, cristalina: somos terra arrasada taticamente. Isso fica evidenciado por alguns fatores preponderantes. Podemos fazer uma longa relação das coisas erradas que aconteceram na partida de ontem à noite no Maraca.

Rodrigo Caio e Diego Alves foram os dois melhores jogadores do Flamengo em campo, não havia aproximação das linhas (o que é aproximação?), não tínhamos saída de bola, abusamos das ligações diretas e, pra piorar, nosso último passe foi abaixo do mínimo aceitável.

Estes são apenas alguns poucos fatores que permeiam o futebol jogado pelo Flamengo nos últimos cinco meses. Entendo ser este o legado que o clube do vinho deixou, aumentado ainda pela “passação” de pano contumaz em defesa do dinossauro tático que nos comandava futebolisticamente. Ele nem deveria ter sido cogitado como treinador do Mengão.

Fico imaginando como é que o Jorge Jesus enxergou o jogo. O lusitano deve ter pensado que o trabalho em arrumar a equipe será muito maior do que ele esperava, pois, apesar de termos excelentes valores individuais, nosso time é lastimável taticamente falando.

Falta tudo, menos raça. Apesar de alguns acharem que falta raça à equipe, eu discordo disso. Os caras até tentam alguma coisa, mas como o time não tem nenhum padrão de jogo, não conseguimos realizar qualquer arremedo de jogada perigosa aos adversários.

As duas últimas vitórias, no comando do “Fera”, foram absolutamente por qualidade individual. Simples assim. Digo mais, só não fomos vazados nas três oportunidades devido à má pontaria dos adversários e a atuações inspiradas de Diego Alves.

Essa é a verdade inconteste, demos sorte, muita sorte. Ontem ficou muito claro, na minha concepção, de que o Marcelo Salles não tem a mínima condição de ser treinador. Quando o Diego Ribas se machucou, ele simplesmente não soube o que fazer.

Colocou o “papa-léguas” Berrio, mas o colombiano foi mal no jogo. Também, como podem os atacantes produzirem algo de útil se não conseguem receber boas bolas em condições de fazerem os arremates?

Fomos um pouco perigosos nos contra-ataques, mas como parecemos um estouro de boiada, não aproveitamos as chances nem para levar perigo ao poderoso Agenor. Percebi também a falta de recomposição nos contra-ataques adversários. Por diversas vezes os flores tiveram superioridade numérica pela falta de vontade dos atacantes marcarem após a perda da pelota. Isso é um dos graves defeitos que deverão ser corrigidos pelo novo treinador.

Enfim, é esperar o JJ dar jeito (se é que ele conseguirá) no time. Temos que ser um time organizado, com aproximação das linhas, marcação alta e transição rápida após a retomada da bola.

Esse cenário é absolutamente possível. Embora eu tenha bem definido em minha mente que o ano já foi pro ralo. Explico: estamos a 8 pontos de um Palmeiras que não perde pontos desnecessários.

Sim, tenho consciência de que ainda teremos vinte e nove rodadas a serem disputadas após a parada pra a Copa América e que enquanto houver chances matemáticas deve haver luta, mas temos um árduo caminho a trilhar. São oitenta e sete pontos em disputa para tirarmos uma vantagem de dez por cento deles. Consequentemente acho pouco provável que isso aconteça, mas vou torcer absurdamente pela virada.

O bom é que temos ainda os dois confrontos diretos com praticamente todos os adversários que estão à nossa frente, inclusive as “peppas”. Mas o trabalho será iniciado agora e, a não ser que Jesus opere um milagre, deveremos figurar, apenas, numa das posições do G4 ao final da temporada.

Vamos ver o que acontece. Agora o foco é no jogo contra o CSA, onde devemos ir com tudo para trazermos mais três pontos fundamentais para a escalada rumo ao topo. A caminhada é longa, mas quem disse que as coisas são fáceis para o Flamengo? Nunca foram e nunca serão.

Vamos aguardar! Que venham Jesus, Rafinha e outros tantos para que o novo treinador (de fato) possa extrair o melhor futebol desse elenco cada vez mais farto em peças de qualidade. Todos ansiamos pelo protagonismo. Com um trabalho coordenado e cada vez mais profissional, isso acontecerá o mais breve. Vai pra cima deles Mengo!!!

O Flamengo simplesmente é!
Saudações rubro-negras a todos!

Fabio Monken
Twitter: @fabio_monken

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Fonte: https://colunadofla.com/2019/06/fabio-monken-tomamos-um-vareio-de-bola-vem-jesus/

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