O Flamengo sucumbiu à maratona de jogos e interrompeu a sequência de três vitórias seguidas no Brasileiro. Ao empatar com o Bragantino, nesta quinta-feira, no Maracanã, desperdiçou a chance de se isolar na liderança do campeonato na mesma rodada que alcançou o posto no ano passado. Com um poder ofensivo abaixo em relação às últimas partidas, e uma equipe toda mexida, o 1 a 1 ficou de bom tamanho sob a perspectiva de longo prazo.

Após a décima sexta rodada, o time se mantém na terceira posição, com os mesmos 31 pontos de Atlético-MG e Internacional. A diferença se deve ao número de vitórias e saldo de gols. No domingo, o time enfrenta o Corinthians fora de casa. E chega ao quinto jogo em dez dias. Até agora, o aproveitamento de três vitória e um empate é de 83% mesmo com muitas mexidas no time e baixas. O que é uma boa notícia diante das circunstâncias.

Entre Libertadores e Brasileiro, foram 20 de 24 pontos desde a goleada para o Del Valle, que terminou com um surto de covid e 19 atletas infectados. Mas vamos ao jogo do Bragantino:

A cada apresentação do Flamengo é necessário analisar o resultado e o que se vê em campo, mas também contextualizar o insano calendário brasileiro. Com dois jogos em 48 horas, Dome priorizou os jogadores que estavam inteiros para definir a escalação. Uma vez que Everton Ribeiro atuou pouco tempo pela seleção brasileira na terça-feira contra o Peru, o meia começou como titular. Assim como Isla, que defendeu o Chile por 90 minutos diante da Colômbia, mas passou no teste físico durante o dia.

O zagueiro Rodrigo Caio, por sua vez, apresentou desgaste muscular e foi poupado. Antes da partida, o Flamengo confirmou ainda que Diego Alves torceu o joelho esquerdo no treino de quarta-feira e apresentou edema no ligamento colateral, por isso sequer foi relacionado. Além disso, havia a baixa de Filipe Luis, suspenso, e Gabigol, ainda em tratamento de lesão.

Com o que tinha de melhor e afim de evitar mais problemas, o Flamengo se apresentou de início com uma postura conservadora, ritmo dosado e pouca criatividade. Foram 19 finalizações. Bem menos que as 31 contra o Goiás.

O time não conseguiu, com Diego, criar lances de perigo por dentro. Nem tanto pelas pontas, com Lincoln na esquerda e Ribeiro na direita. Renê e Isla subiram pouco, e os atacantes ficaram sem ter com quem jogar e erraram bastante.

Apesar disso, defensivamente o time se segurava com Arão e Thiago Maia como volantes. Mas a zaga formada por Thuler e Léo Pereira, substituindo Natan e Gustavo Henrique, demonstrou falta de entrosamento. Sem o brilho de Éverton Ribeiro em dia, o Flamengo reclamou de um pênalti não assinalado nem revisto pelo VAR, em finalização de Lincoln. A bola bateu no cotovelo do jogador do Bragantino na área.

No segundo tempo, Dome lançou Vitinho no lugar de Pedro. Com isso, Lincoln atuou mais enfiado. Assim, o Flamengo tinha, além de um time cansado, dois jogadores que precisam que o coletivo funcione bem para que eles criem as situações com confiança.

Logo após a troca, porém, foi Claudinho, do Bragantino, que entrou como quis pela ponta esquerda do ataque, passou por Léo Pereira e acertou belo chute, sem chances para Hugo Neneca. Na jogada, Thuler e Arão não acompanharam .

Aos poucos, Vitinho se tornou de fato a principal válvula de escape do ataque rubro-negro. Mas com pouco tempo, Dome tirou Arão e lançou Bruno Henrique no sacrifício. O atacante também estava sendo poupado da sequência de jogos. Com a mudança, Vitinho fez as vezes de Arrascaeta como um segundo atacante, por dentro. Funcionou. O empate veio com Lincoln, aos 24 minutos. A jogada teve boa participação dos laterais, com passe de Renê para Isla, e cruzamento bem aproveitado de cabeça.